Coração de ferro
Às vezes eu lembro e conto:
Na cama, deitado, com olhos abertos no escuro
Esperava o trem se anunciar lá longe
Lá pelas bandas de Miraí
Quanto mais perto, mais trêmula ficava a cristaleira
Tilintava os apetrechos da vovó
Era o sinal para tudo parar
A respiração, tremuras do corpo, o tempo
Quando aquele monstro de ferro passava
Tudo após se normalizava
Principalmente
A respiração, o coração
Daí então, um sorriso de canto de boca
Pura emoção
Emmanuel Almeida