Sou um gaúcho velho, mas, ainda, forte como palanque de cedro. Nasci em São Chico de Paula, em cima da serra, quase perto do Vilarejo dos a Ausente, na divisa com Santa Catarina, onde a serra desaba, onde o diabo perdeu as botas, o minuano assobia forte, e o frio endurece o lombo, congela lágrimas, mas não esfria o coração, que , ao contrário, fica cada vez mais forte, mais duro, mas sem nunca perder a ternura..Em 1978, vim para Cidade Gaúcha, um pedacinho do meu Rio Grande, encravado no solo paranaense, onde passei a viver, rebenqueado de saudades, mantendo as tradições e os costumes gaúchos, orelhando a esperança de um dia abrir a barba, ganhar a estrada e voltar, pois não quero bater a alcatra na terra ingrata.
Sou um advogado, graças a Deus, reconhecido com defensor intransigente do Direito e da Justiça; um profissional ético, que sabe onde mora a coruja, sempre disposto a sacudir os arreios, se for preciso; que topa uma-de-a-pé (uma boa briga), dando alce à parte adversa, mas sempre de orelha em pé, disposto a resolver a pendenga no bico da chocolateira, sem nunca dar rodeio e, sem jamais pisar no tempo
Não sou homem de enjeitar parada, muito menos de lamber espora. Não agüento carona, nem sou boi de levar canga, mas, não empasto pastel. Resolvo t