O sofrimento emocional do isentão
By Marco Frenette
05.08.2020
Não deve ser fácil a vida mental do isentão. Ele sente vergonha de ter uma forte queda por bandido e por tudo o que é errado. Ele sabe que não é moralmente sustentável votar em poste de presidiário e ficar se fazendo de besta, fingindo que acredita nas narrativas que visam derrubar um presidente honesto.
E, no entanto, mesmo sentindo vergonha, mesmo sabendo que está agindo errado, o coração esquerdista bate mais forte e fala mais alto. E quando se dá conta, já defendeu o STF, já lamentou a "destruição da amazônia" e já combateu a Hidroxicloroquina.
Depois do porre de delinquência e canalhice, bate o remorso. Não exatamente uma ressaca moral, mas um certo orgulho ferido por ter exposto sua fragilidade como pessoa e como cidadão. É quando tenta "consertar" sua imagem falando mal do PT.
Desse modo, o isentão vai alternando momentos de mergulho em sua pornografia moral com chutes nos cachorros mortos da esquerda que ele ama, enquanto sonha com o dia em que se encherá de coragem e finalmente engrossará de vez as fileiras dos Orcs, sem medo de ser feliz.