Por Roberto Mota: "Uma febre de insegurança jurídica assola o país. Muitos a equiparam a um processo de destruição do próprio Direito – uma tragédia que levaria décadas para ser desfeita. Uma das análises mais comuns diz que isso tornará o Brasil um pária internacional, já que insegurança jurídica é um veneno para o desenvolvimento econômico. Segundo essa visão, as corporações internacionais desistirão de fazer negócios por aqui, já que se tornou impossível determinar o que é permitido e o que é proibido, o que ainda está valendo e o que já expirou, quanto se deve pagar hoje e quanto deveria ter sido pago há dez anos. Não há dúvida de que essa é uma análise válida, mas é preciso considerar outra possibilidade. É possível que toda a confusão tenha sido produzida por encomenda. Os defensores dessa ideia dizem que tudo o que estamos observando agora é fruto de esforços realizados justamente para alinhar o panorama institucional brasileiro com as necessidades e desejos de interesses transnacionais. Esses interesses são expressos no que se chama de globalismo, um movimento para estabelecer uma governança supranacional, exercida por agências e 'órgãos multilaterais', que se sobrepõe à soberania dos Estados-nação."

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