O Jardim das Aflições é auto explicativo em seu título ainda de que forma parcial.
O autor baseia-se em uma experiência que teve em uma palestra sobre a história da Ética realizado no MASP em 1990 e que mostravam o desconhecido "filósofo" hedonista grego Epicuro, que de ético e moral não tinha nada.
O livro começa explicando como a teoria de Epicuro e fraca e auto contraditória, no entanto o epicurismo se assemelha mais a um método de controle comportamental do que a uma corrente filósofica.
Ele pede primeiro devotamento ao hedonismo e as prazeres mundanos: o Jardim das delícias de Epicuro, daí o nome da obra o Jardim das Aflições que seria o Jardim das Oliveiras de Jesus Cristo, onde o sofrimento terreno abre as portas para uma felicidade espiritual futura.
Algo negado em Epicuro.

A parte mais difícil do livro é a sua IV parte que trata do que Olavo chamou de "Materialismo Espiritual", que ele atribui como tendo começado a criar raízes na mentalidade ocidental a partir do matématico Nicolau de Cusa, que acreditava estar trabalhando em favor da religião.

Ocorre que o famoso matemática teria sua ânsia de investigar a mecânica das leis naturais utilizada no futuro para negar lhes a causa metafísica e a inteligência por trás dela, no caso Deus.
Ao passarmos a buscar na natureza e não na nossa razão, na filosofia e na revelação divina propriamente dita, passamos a moldar no nosso imaginário o mundo pós morte (chamado por alguns de espiritual) de acordo com o Mundo físico do planeta terra.
Passamos a cometer o erro , ainda que inconsciente, de considerarmos o mundo físico como pré-existente quando todos os profetas apontaram na direção contrária, a de que a vida na terra é a passageira e a espiritual a definitiva, independentemente de você acreditar ou não em reencarnação. Nenhuma denominação Cristã acredita que o mundo física preexiste e sim o espiritual (no sentido de mundo ou dimensão pós morte) preexiste e é lá que as almas dos mortos habitam depois de terem se purificado.
Como consequência disso o ser humano passou a perder-se em conjecturas que não ajudavam na sua evolução moral para chegar a Deus, pararam de purificar-se moralmente para conjecturar.
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